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23/06/2020 11:30  •  Atualizada em 23/06/2020 11:47

Eduardo: 'rei do pênalti', goleiro era sinônimo de segurança em fase gloriosa do Goiás

Comprado por 350 mil cruzados, gaúcho mostrou valor e marcou seu nome na história esmeraldina

Arquivo Pessoal

Em maio de 1986, a diretoria do Goiás ainda não fazia ideia de como seria certeira ao desembolsar 350 mil cruzados para buscar no Rio Grande do Sul o goleiro Eduardo Heuser, que pertencia ao modesto Santa Cruz-RS. Em pouco tempo, o gaúcho de Porto Alegre pegaria o bastão das mãos de Edison e assumiria a camisa 1 para ficar na história esmeraldina em uma das fases mais vitoriosas do clube.

Antes de desembarcar na Serrinha, Eduardo havia defendido apenas dois clubes de futebol, o Santa Cruz, do Rio Grande do Sul, e o Sport, de Recife (PE). O goleiro ficou no Goiás entre 1986 e 1991 e colecionou títulos e idolatria. Ficou marcado em Goiânia como o "rei dos pênaltis", pois era um grande pegador quando o assunto era a marca da cal.

"O Goiás foi o primeiro time importante onde fiquei e que por mais tempo joguei. Foi a melhor história da minha carreira e tenho muito orgulho de ter jogado neste clube e do que passamos naquela época com aquela turma boa", relembrou Eduardo, que depois passou por Ituano-SP, Grêmio, Santa Cruz-RS e Guarani-RS.

A estreia de Eduardo com a camisa esmeraldina se deu no dia 24 de junho de 1986, em jogo amistoso contra o Uberaba, no Serra Dourada. O Goiás venceu por 3 a 0. Depois, se tornou titular no hexagonal final do Campeonato Goiano daquele ano que terminaria com o seu primeiro título estadual pelo novo clube. Foi o primeiro de muitos, pois nesta fase o Goiás foi campeão em 1986, 1987, 1989, 1990 e 1991, ano em que Eduardo participou apenas de uma parte.

"Me lembro que o Goiás era bem superior aos outros times e conseguimos ganhar campeonatos com relativa facilidade. O único ano que tivemos uma infelicidade foi em 1988, quando vacilamos por um detalhe no quadrangular final e tínhamos dificuldades com o Goiatuba, que era um time muito forte. Perdemos pontos para o Goiatuba e acabamos perdendo o título para o Atlético", ressaltou o goleiro Eduardo. 

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Confira o perfil de Eduardo Heuser no Futebol de Goyaz

Se em âmbito estadual o Goiás exercia um certo domínio, o clube esmeraldino começava a brilhar em cenário nacional com boas campanhas da recém-criada Copa do Brasil. Em 1989, ano da primeira edição do torneio, o Goiás chegou à fase semifinal com Eduardo como goleiro titular. No ano seguinte, o time esmeraldino deu um passo à frente e decidiu a Copa do Brasil com o Flamengo, mas ficou com o vice.

"Tenho muito orgulho de ter chegado à semifinal de 1989 e ter sido finalista contra o Flamengo em 1990. Tenho muito orgulho, mas, claro que fica sempre aquela frustração. Acho que em 1990, principalmente, tínhamos uma equipe muito qualificada e tínhamos tranquilas condições  de ganhar do Flamengo no Serra Dourada. São coisas do futebol que não entendemos. Tínhamos o Lira, que cobrava nossas faltas e escanteios e éramos muito fortes nessas bolas. Pela primeira vez na história do Goiás, um treinador da seleção brasileira, que era o Falcão, convocou o Lira para um amistoso em São Luís, do Maranhão, contra uma seleção fraca, justamente na final da Copa do Brasil. Coisas estranhas aconteceram, detalhes, o (Renato) Marsiglia, que foi o árbitro, parou o jogo constantemente. Não conseguíamos jogar. Não teve jogo, 0 a 0", lembrou.

Em cinco anos defendendo o Goiás, Eduardo contabilizou jogos e defesas inesquecíveis. Um momento especial para o goleiro e que ficou marcado foi no Campeonato Brasileiro de 1988. Naquela edição, os jogos que terminavam empatados iam para disputa por pênaltis para definição de um ponto extra. Foi ali que Eduardo ganhou a alcunha de "rei dos pênaltis". Eduardo pegou 17 cobranças ao longo do campeonato e foi o segundo com o melhor aproveitamento, atrás apenas de Marola do Athletico-PR. No entanto, a imagem que não sai da cabeça de Eduardo é o pênalti convertido por ele contra o Flamengo.

"Foram tantos jogos memoráveis com o Goiás no Serra Dourada, principalmente em Copa do Brasil. Mas um jogo diferencial para mim, que guardo detalhes, foi em 1988 contra o Flamengo do técnico Telê Santana. Quando o jogo terminava empatado ia para os pênaltis. Terminou 0 a 0 e começou a sequência de pênaltis, peguei logo dois. Depois, perdemos dois e foi para o mata-mata e defendi o terceiro pênalti. O Robson Alves, que era o preparador físico, veio na minha direção e perguntou se eu poderia bater o pênalti. Perguntei o motivo e ele disse que o pessoal tava 'todo cagado'. Tive a oportunidade de bater o pênalti contra o Flamengo e ganhamos um ponto extra".

 

 

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